quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cego para os sentimentos e as formas


Durante uma noite aquecida pelo calor da fogueira. Eu senti a presença dela sentada ao meu lado. Naquele momento eu duvidei de minha sanidade mental. Um vento frio passou cortando as brasas da fogueira e o ar quente tocou meu corpo.

E eu finalmente entendi...

Por mais que meus pensamentos afirmassem que os mortos não voltam, a esperança que brotava contradizia falando sobre imortalidade. Um sentimento de saudade encharcava meus olhos . Foi justamente nesta noite onde a incerteza dominava meu ser que vendei meus olhos. Um caminho que encontrei para negar os sentimentos,  para negar as formas e a fragilidade humana dentro de seus caixões de carne. Um cego por culpa  da mente, a negação de um privilégio que realmente eu não merecia. Vivendo uma ilusão negando a forma e o conteúdo descobri que não sei que caminho de enganos eu me perdi, nesses labirintos me perdi. Mas continuo buscando uma ultima realidade, a realidade primordial. E que fique claro que a ilusão é uma realidade que apodrece. E para os mortais a ilusão é uma descoberta, uma emanação de desejos contraditórios.

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